Tamanduá-bandeira é atendido no HVU após atropelamento na BR-262

Um tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), macho adulto, foi resgatado na última segunda-feira, 15, às margens da rodovia BR-262, nas proximidades de Uberaba (MG), após ser vítima de atropelamento. O resgate foi realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar.
O animal foi encaminhado ao setor de Animais Silvestres do Hospital Veterinário da Uniube (HVU), onde passou por avaliação clínica completa, além da realização de exames laboratoriais e de imagem. Os exames constataram fraturas na perna esquerda e na região da pelve (ossos da bacia).
Apesar da gravidade das lesões, o tamanduá-bandeira encontra-se estável e está sendo preparado para intervenção cirúrgica, com o objetivo de promover a estabilização das fraturas. Após o período de recuperação pós-operatória e estabilização clínica, o animal será transferido para o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (CETRAS) de Patos de Minas, responsável pela reabilitação final e pela avaliação para uma possível soltura em ambiente natural.
Este é o sétimo caso de tamanduá-bandeira vítima de atropelamento atendido pelo HVU somente em 2025, um dado que acende um alerta para o impacto crescente das rodovias sobre a fauna silvestre da região. Espécies de grande porte e deslocamento lento, como o tamanduá-bandeira, estão entre as mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência.
A espécie é classificada como “Vulnerável” na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e os atropelamentos figuram atualmente entre as principais causas de mortalidade no bioma Cerrado.
O médico-veterinário responsável pelo setor de Animais Silvestres do HVU, professor Cláudio Yudi, reforça a importância de procedimentos corretos em situações desse tipo. “Ao observar um animal silvestre ferido, a orientação é não se aproximar nem tentar realizar o resgate por conta própria, especialmente no caso do tamanduá-bandeira, que pode reagir de forma defensiva, utilizando as garras. O correto é acionar imediatamente a Polícia Militar de Meio Ambiente ou o Corpo de Bombeiros Militar, que possuem treinamento e equipamentos adequados para garantir a segurança das pessoas e o bem-estar do animal. A colaboração da comunidade é fundamental para a preservação da fauna silvestre e para a redução de acidentes envolvendo animais nas rodovias da região”, orienta.