Aluna de Medicina Veterinária conquista 2º lugar no Conic Semesp

A aluna do curso de Medicina Veterinária da Universidade do Agro, Luísa Fernandes Faina, foi premiada no 25º Congresso de Iniciação Científica (Conic Semesp), promovido pelo Semesp e realizado remotamente, entre 25 e 28 de novembro. Luísa conquistou o 2º lugar na categoria “Concluído”, na área de Ciências Exatas, da Terra e Agrárias.
O Conic Semesp tem como objetivo incentivar a pesquisa, a cultura e o desenvolvimento intelectual de estudantes do ensino superior, além de ampliar a visibilidade de trabalhos acadêmicos e aproximar os participantes de tendências e práticas atuais do mercado.
O congresso é organizado por categorias que contemplam três grandes áreas: Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Exatas, da Terra e Agrárias e Ciências Humanas e Sociais. “Essa premiação representa uma valorização do trabalho, que foi bastante desafiador em todas as etapas — tanto na prática quanto na redação do texto. Por se tratar de um tema muito recente, tivemos dificuldade em encontrar referências bibliográficas para embasar a escrita, além dos desafios na análise estatística. Por isso, o reconhecimento funciona também como incentivo para dar continuidade ao estudo. A ideia é repetir a pesquisa com um número maior de animais e, possivelmente, ajustar a metodologia, conforme sugestão do Guilherme. Também pretendemos transformar o projeto em artigo científico e submetê-lo a revistas e outros espaços de publicação, para disseminar os resultados”, comemora a aluna do 7° período de Medicina Veterinária, Luísa Fernandes Faina.
Luísa é orientada pelo gestor do curso de Gestão do Agronegócio, professor Evandro Rigo. “Como orientador, foi uma experiência muito bacana, porque sempre é um desafio. Toda vez que você orienta um aluno, surgem questões técnicas e humanas: são pessoas envolvidas em um sistema, e isso traz aprendizados para todo mundo. É muito proveitoso poder transmitir conhecimento e, ao mesmo tempo, receber o feedback dos estudantes. Essa premiação foi extremamente bem-vinda — ainda mais por se tratar de um 2º lugar em um prêmio nacional, o que torna o resultado bastante relevante e significativo. A Universidade também tem sido fundamental nesse processo, especialmente com o apoio da PROPEPE, por meio de bolsas e auxílio para participação em eventos. Como são alunos de iniciação científica, essas bolsas fazem muita diferença para estimular o desenvolvimento do projeto. O que eu percebo é que, quando o aluno não tem incentivo, ele tende a se desmotivar. Por isso, mesmo sendo um valor simbólico, para o estudante é muita coisa — e para nós, orientadores, também ajuda a manter o acompanhamento mais próximo, cobrando, incentivando e garantindo continuidade. Isso é muito válido e contribui diretamente para bons resultados. Quem entra na iniciação científica já é um aluno diferenciado: participa de grupos de estudo, eventos e demonstra dedicação. Esses alunos fazem diferença no curso”, enaltece o professor.
Clique aqui e confira a premiação.
O projeto
O estudo investiga a relação entre perímetro/amplitude torácica, desempenho em confinamento e rendimento de carcaça, trazendo um olhar técnico para um tema que influencia diretamente o melhoramento genético e a eficiência produtiva.
“A ideia surgiu com Guilherme Queiroz, médico-veterinário que atua na área de consultoria, especialmente em melhoramento genético. No campo, existe a percepção de que animais com maior perímetro torácico tendem a apresentar maior rendimento de carcaça, em razão do maior “arqueamento” corporal. A partir de observações e de uma seleção visual feita em avaliações a campo, porém, Guilherme identificou que essa relação nem sempre se confirmava na prática. Com isso, levantou-se a hipótese de que animais com maior amplitude/perímetro torácico poderiam, na verdade, apresentar tendência a menor rendimento de carcaça, possivelmente pelo maior peso relativo de vísceras e órgãos”, explica Luísa.
No estudo, os animais mensurados com maior perímetro torácico não apresentaram, necessariamente, maior rendimento de carcaça; ao contrário, os resultados indicaram uma tendência de menor rendimento nessa característica. “Por outro lado, esses animais demonstraram melhor desempenho em confinamento, com maior ganho médio diário e evolução ponderal — o que, contudo, não se traduz automaticamente em maior rendimento de carcaça. É um padrão que pode ser observado, por exemplo, em animais com influência Angus: alto desempenho e ganho de peso, mas rendimento de carcaça relativamente menor, associado a maior amplitude torácica. Assim, o ideal é buscar equilíbrio entre desempenho zootécnico e rendimento de carcaça, evitando direcionar a seleção para transformar o Nelore em Angus”, finaliza.
O estudo também contou com a participação da aluna do 7° período de Medicina Veterinária, Julia Ferreira de Paula Machado.